Musical ganha montagem inédita no Brasil e já foi assistido por mais de oito milhões de pessoas em todo o mundo
Marcela Benvegnu | [email protected]
Recordista de premiações em teatro musical, Billy Elliot estreia hoje no Teatro Alfa, em São Paulo. A superprodução assinada pelo Atelier de Cultura (A Noviça Rebelde, O Homem de La Mancha, Annie) é baseada no filme dos anos 2000, dirigido por Stephen Daldry e foi sucesso de bilheteria na Broadway e no West End, em Londres. Com músicas de Elton John, o enredo gira em torno de Billy, um menino que descobre que quer ser bailarino, contra a vontade do pai, em meio ao conflito de sua família e comunidade, causado pela greve dos mineiros britânicos (1984-1985), em County Durham, no nordeste da Inglaterra. O enredo é uma celebração inspiradora da jornada de um menino que troca suas luvas de boxe pelas sapatilhas de balé e nos mostra que é sim possível viver da arte que amamos. A Só Dança é apoiadora deste espetáculo.
Depois de muitas audições – não foi fácil achar um Billy, quanto mais três – atores Pedro Sousa (10), Richard Marques (14) e Tiago Sousa (12) foram escolhidos para se revezarem no papel título. Estreantes em suas carreiras eles estão ensaiando desde dezembro do ano passado para dominarem as técnicas de movimento (acrobacia, ballet, dança contemporânea e sapateado), interpretação de texto, músicas e canto. O papel de Billy Elliot exige do seu intérprete um trabalho de dança global: quatro números de sapateado, dois números de ballet, dois de dança contemporânea, além de movimentos acrobáticos. E se ainda formos pensar no canto: Billy tem quatro solos. É um trabalho e tanto para esses pequenos artistas que agora começam suas carreiras no mercado musical.
Esta semana na apresentação para convidados o público pode ver pela primeira vez o elenco em cena. Muito esperada era a coreografia assinada por Peter Darling, que une ballet, dança contemporânea, sapateado e movimentos acrobáticos. Vencedor dos prêmios Olivier Award e Tony Award de Melhor Coreografia, ele indicou pessoalmente dois coreógrafos associados que participaram das montagens originais para a versão brasileira: os ingleses Nikki Belsher e Barnaby Meredith. Foram eles os responsáveis por colocar a mão na massa e fazerem os 49 atores do elenco dançarem. John Stefaniuk, diretor artístico (canadense responsável pela direção de O Rei Leão, da Disney) afirma: “É um sonho poder dirigir Billy Elliot no Brasil. A pluralidade deste país é encantadora, e faz com que a história do pequeno Billy seja ainda mais relevante”, fala o diretor.
Além dos protagonistas, vale ressaltar duas participações de peso. A Sra. Wilkinson, professora de balé de Billy, que vê nele todo o potencial e o incentiva a fazer audição para a Royal Ballet School é vivida por Vanessa Costa, uma veterana de musicais – esta é sua 18ª produção – que segura a cena de forma global. Ela conecta grande parte do espetáculo, sobretudo, as cenas mais dramáticas. E vale olhar a interpretação impagável de Paulo Gomes, que vive Michel Caffey, amigo de Billy Elliot, em uma das cenas mais empolgantes e divertidas do espetáculo. Não vamos entrar em detalhes para não estragarmos a surpresa.
Aqui vocês podem ver as bailarinas na sua aula de balé com a Dra. Wilkinson:
CRIATIVOS –
O espetáculo traz um arrojado projeto de cenografia desenvolvido especialmente para o Brasil, concebida pelo americano Michael Carnahan, responsável por grandes produções na Broadway. Diversas pontes automatizadas, de 13 metros de comprimento e uma parede de backstage que remete ao interior de uma mina de carvão dançam em cena. As estruturas são colocadas e retiradas de cena de forma natural e reconfiguram cenários. Podem ser a mina de carvão como o quarto de Billy Elliot.
Você deve estar se perguntando se a cena do voo do Billy Elliot no número Electricity também se faz presente na montagem brasileira que ganhou tradução de Mariana Elisabetsky e Victor Mühlethaler. Sim! Sem dúvida! O diretor de voo R.J. Scala, americano envolvido nas produções de O Rei Leão, Mary Poppins, Wicked, veio ao Brasil para ensinar os três Billy’s a voar no sistema automatizado importado da produção original de Billy Elliot, junto à empresa Fly By Foy. Essa cena envolve magia, encantamento e, sobretudo, técnica para um jovem bailarino ficar pelos ares por alguns segundos.
Aqui vocês podem ver como ficou a tradução da mais famosa música do espetáculo. Espia:
Os figurinos criados por Ligia Rocha e Marco Pacheco remetem à década de 1980 com modelagens, estamparias, sobreposições e envelhecimento artístico, com pintura de tecido feita a mão, para trazer a pobreza e decadência da comunidade mineira que batalha contra as ações do governo Thatcher. A orquestra e direção musical é comandada pelo Maestro Daniel Rocha – ele também foi o responsável pela direção musical de Annie. Composta por 17 músicos, as músicas de Elton John são reproduzidas na formação original de orquestra.
O desenho de luz ficou a cargo do premiado inglês Mike Robertson, vencedor do prêmio Olivier Award, um dos maiores nomes para iluminação de teatro musical da atualidade. Seu projeto é criado em conexão com a composição das músicas, do cenário e das movimentações do elenco, no texto e nas coreografias, construindo momentos emocionantes.
Ah! É preciso lembrar que o musical está em cartaz de sexta a domingo, em cinco sessões, assim o elenco se reveza. Se você quiser assistir a um artista específico é recomendável que você confira as redes sociais do elenco com antecedência. Eles sempre postam os espetáculos que irão atuar.
PARA VER: Billy Elliot – O Musical. Estreia hoje, dia 15 de março, no Teatro Alfa (rua Bento Branco de Andrade Filho, 722). A temporada se encerra no dia 30 de junho. Sextas às 20h30, sábado às 15h e 20h, e domingos às 14h e 18h30. Ingressos variam de R$ 75 a R$ 310. Tem classificação livre e duração de 170 minutos (com 20 min. de intervalo). Vendas: bilheteria do teatro e ingressorapido.com.br.
SORTEIO: Fique ligado em nosso Instagram @sodancabrasil que hoje (15/03) as 14:00 vamos lançar uma promoção para você que quer assistir o espetáculo. Serão 15 ingressos com acompanhante. Não vai ficar de fora, né?
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