Com certeza você já deve ter procurado séries e filmes de dança tanto na TV, quanto na Netflix. A gente fez um “mix” de tudo, para você não perder nenhum título!
Marcela Benvegnu | [email protected]
No Brasil, entre as décadas de 1950 e 1970, dançar na TV era um meio de sobrevivência dos artistas. Existiam programas que se dedicavam à exibição de clássicos de repertório, histórias dançadas, coreografias específicas para programas de auditório e até mesmo musicais. Hoje essa produção nacional é bem menor, mas a dança está mais forte do nunca em formato de séries e realities shows. Se você ainda não assistiu a Dance Moms, Dance Academy, So You Think You Can Dance, é hora de se sentar à frente da TV ou do computador para ficar vidrado nessas histórias e perceber como o universo da dança conquistou e ocupou seu espaço nesse meio.
Entre as séries de dança, as três temporadas de “Dance Academy”fizeram tanto sucesso que a ideia original deu origem a um filme “Dance Academy – The Comeback”. Ambos (ainda) podem ser vistos na Netflix. Gravada na Austrália, na Opera House, tem como protagonista Tara Webster (Xenia Goodwin), uma garota do interior que se muda para a cidade grande para ser aluna da Academia de Dança e, depois de três anos de formação, tentar uma vaga para a companhia local. Os episódios apresentam os três anos de formação da turma. Tara é uma bailarina que se revela no palco, apesar de sua dificuldade técnica. Ela trabalha muito, tem amigos especiais, se apaixona por partners, convive com rivais, tem problemas com professores como qualquer bailarina adolescente no auge dos seus 16 anos (ou mais). As temporadas totalizam 65 episódios, cada um deles com 25 minutos de duração, e mostram que para dançar é preciso trabalho, muito trabalho, humildade e dedicação, mas sem amor não se pode dar o próximo passo. O filme segue a linha da temporada e mostra uma Tara mais adulta, mas que continua enfrentando os desafios da vida de bailarina. No filme ela se recupera de uma grave lesão, mas tenta a carreira profissional nos Estados Unidos. Vale ver.
Aqui tem um spoiler da Temporada 1, episódio 1, na íntegra para você começar a se apaixonar:
Na mesma temática está “Bunheads”, que teve menos sorte e somente uma temporada com 18 episódios. Ele pode ser visto nos sites de séries on-line. Nele, Michelle (Sutton Foster) é uma boa bailarina, faz shows em Las Vegas, por não conseguir uma colocação em uma companhia de dança profissional, apesar de sua formação clássica em excelente escola. Quando ela se casa com um admirador, esperando melhorar de vida, muda-se com ele para Paraíso, no interior da Califórnia, e lá descobre que a sogra tem uma escola de dança. Entre trancos e barrancos – e a morte do marido -, descobre-se uma boa professora e coreógrafa, e ainda tem chances de voltar a dançar e quem sabe conseguir realizar seu sonho. Sutton é uma boa atriz e bailarina, o que segura a narrativa dos episódios, que se passam no ambiente de uma escola particular. Simples, leve e divertido.
Quer ver um pedaço de Bunheads?
O mais popular dos realities é “So You Think You Can Dance (SYTYCD)” que já tem mais de 15 temporadas nos Estados Unidos. Também existem versões na Inglaterra, Austrália e outros países. Criado e dirigido por Nigel Lythgoe – ele dançou com Gene Kelly e é um exímio coreógrafo –, a produção tem diversas seletivas regionais para depois escolher vinte bailarinos que dançam juntos semana a semana trabalhos com estilos diferentes. O melhor do programa é a oportunidade que esses bailarinos tem de trabalharem com importantes coreógrafos como Mia Michels, Derek Mitchell, Luther Brown, Sonya Tayeh. O programa já ganhou mais de nove Emmys e sete Outstadings de coreografia. Lythgoe também criou o “Dancing With the Stars”, uma versão em que artistas americanos competem em diferentes estilos, acompanhados de um bailarino, e são julgados por profissionais. É no “Dancing With the Stars” que Dancing Brasil se molda. Eles têm os direitos de reprodução do programa.
Um clássico das danças urbanas do SYTYCD:
A durona Abby Lee Miller, que dita todas as regras na sua Abby Lee Dance Company (ALDC) em Pittsburg, Estados Unidos volta a atacar. A nova temporada de “Dance Moms” já está sendo gravada e deve estrear em 2019. Ela foi por muito tempo “dona” do melhor grupo de bailarinas júnior do mundo. Criou bailarinas-mirins como Maddie, Mackenzie, Nia, Kendal e Kalani, que hoje não fazem mais parte do grupo, mas foram lançadas ali. A cada fim de semana, elas vão para uma competição diferente e o resultado interfere no ranking de solos, duos e conjuntos da semana seguinte. As meninas aprendem a coreografia em dois dias e são realmente incríveis. O bacana é que os editores do programa deixam as coreografias na íntegra para que possamos ver e as pequenas dançam de tudo. No repertório: jazz, contemporâneo, balé, sapateado e hip hop. No programa, as mães devem participar ativamente – elas inclusive assinam um contrato para isso – ver o figurino, arrumar o cabelo, fazer a maquiagem e se comportar porque, se algo sair errado, a criança pode ser eliminada.
A confusão está armada com Dance Moms:
Longe das telas está “Glee” – seis temporadas – mas se você é um curioso de dança na internet com certeza já assistiu a todas as canções e coreografias no YouTube. As histórias giram em torno do professor Will Shcuester, cujo sonho é reerguer o Clube do Coral (Glee Club) para recuperar o prestígio que o coral teve no passado. O grande objetivo é chegar às finais dos campeonatos e receber verba para sua manutenção. Os obstáculos aparecem com o coral rival, o New Directions, e todos os problemas da turma adolescente, como relacionamento, religião, gravidez, bullying, sonhos e outros. E onde a dança entra aí? No final de cada programa, um número musical é apresentado com uma dança de muita qualidade. Glee tem marcas interessantes, além de ganhar um Globo de Ouro, teve mais de 13 milhões de álbuns vendidos em todo mundo, 53 milhões de faixas baixadas digitalmente (o número na Billborad supera Elvis Presley e Beatles), quatro Emmys e o prêmio de melhor série de TV – comédia ou musical.
Você Não Pode parar o Ritmo! Glee:
Também “fora de cena”- e não podemos esquecer dela – está “Smash” (duas temporadas) tem concepção e texto de Theresa Rebeck, direção de Steven Spilberg e coreografias de Joshua Bergasse. A trama gira em torno de um grupo de artistas que se une para montar um musical sobre Marilyn Monroe para a Broadway. A série sai fora dos padrões da moça-princesa que dança de sapatilhas de ponta e meia-rosa e mostra a realidade das produções com orçamento justo e muito trabalho, com um elenco de grandes atores como Anjelica Huston, Jack Davenport, Debra Messing, Christian Borle, Megan Hilty e Katharine McPhee. As participações especiais de Uma Thurman, Jennifer Hudson, Liza Minelli e Nick Jonas, entre outros, enriquecem a produção que teve sua terceira temporada cancelada por não render lucros ao canal NBC. Por aqui a Record exibiu e a Netflix tem as duas temporadas disponíveis.
A primeira cena de Smash ninguém esquece:
ONLINE –
E se você está aí com a sua tela da Netflix aberta, nesse semestre alguns títulos estão em cartaz por aqui. “Dance Off” é daqueles divertidos para se ver “comendo pipoca”. Nele Brandon e sua namorada frequentam estúdios de dança rivais e acabam se enfrentando em um concurso que dará um prêmio de 25 mil dólares e o que será que acontece com os dois?.
“Ela Dança, Eu Danço” é um filme de 2015, que ainda pode ser visto online. Nele Emily (Kathryn McCormick) é a filha de uma grande empresária que chega a Miami com o sonho de se tornar dançarina profissional. Logo ela se apaixona por Sean (Ryan Guzman), o responsável por criar flash mobs. Líder de um grupo chamado MOB, Sean resolve participar de uma disputa que pode render uma oportunidade de patrocínio.
De 1984 “Footloose” é dos antigos que estão no catálogo. Recém-chegado de Chicago, Ren McCormak fica frustrado quando descobre que a pequena cidade proíbe a dança e a música de rock. Enquanto se esforça para se ajustar, Ren enfrenta uma árdua batalha para mudar a situação. Com a ajuda de um amigo, Willard Hewitt e da adolescente rebelde Ariel Moore, ele talvez consiga liberar esta cidade conservadora. Mas o pai influente de Ariel, o reverendo Shaw Moore se torna um obstáculo. Um clássico que não se pode deixar de ver!
E ainda no mundo online está toda a coleção de documentários sobre história da dança do Brasil da São Paulo Companhia de Dança: “Figuras da Dança”, que também são exibidos em diversos horários pelos canais Arte 1 e Curta!. A série, dirigida por Inês Bogéa, olha para a carreira de personalidades da dança do Brasil e segue para sua 11ª temporada. Os documentários, que contam com nomes como Márcia Haydée, Cecília Kerche, Ana Botafogo, entre outros, apresentam o artista por ele mesmo, as diferentes fases de suas carreiras além de ser permeado por depoimentos de pessoas que estiveram presente em suas trajetórias, fotos e vídeos de época. Disponível online no site da companhia (spcd.com.br).
[rock-convert-cta id=”2917″]
Sem Comentários