Você já deve ter ouvido falar a respeito de treinamento cardiorrespiratório, ou treinamento cardio, na sua trajetória pela dança, certo? Afinal, quando estamos no mundo da dança, sempre buscamos atividades complementares que possam aprimorar nosso rendimento, e, certamente, nossa performance nas salas de aula e palco.
Primeiramente, treino cardiorrespiratório é aquele que proporciona adaptações cardiovasculares, ou seja, que fortalece os músculos do coração e adaptações respiratórias melhorando, assim, sua resistência.
Muitos bailarinos e professores acreditam que a própria dança já trabalha essa capacidade física, o que você acha? Vamos falar um pouco mais sobre isso. Confira neste post a seguir.
Aspectos de um treinamento cardio
A dança já trabalha a capacidade física proporcionada pelos treinos cardiorrespiratórios? Pois bem, depende!
Depende da modalidade, de como são realizadas as aulas, do volume, intensidade, etc. Mas há pesquisas feitas especificamente com bailarinos que indicam que somente a rotina de dançar, na maioria das vezes, não gera estímulo suficiente para aprimorar sua aptidão cardiorrespiratória.
Há também estudos que justificam a necessidade desse treinamento para bailarinos com o objetivo de melhorar sua capacidade aeróbica para aguentarem dançar as coreografias por mais tempo e, sobretudo, com menos cansaço, além de outros dois aspectos superimportantes que vamos explicar abaixo.
1.A rápida recuperação do ATP-CP
O que é ATP-CP? É uma das fontes de energia que o nosso corpo utiliza! Então, imagine um bailarino que faz treinamento aeróbico com frequência, o tempo para esse bailarino recuperar sua energia se torna menor, já que ele recupera o ATP-CP mais rapidamente, isso quer dizer que tanto em aulas como em coreografias, ele consegue recompor sua energia mais rapidamente do que aqueles que não fazem treino aeróbico.
2. Aumento da eficiência de remoção do ácido lático
Afinal, para que serve o ácido lático?
Bom, quando você realiza quaisquer exercícios o corpo produz ácido lático e isso é bom, porém quando você pratica exercícios ou aulas muito intensas, esse ácido se acumula no corpo, já que é produzido muito mais rápido do que é eliminado. Dessa forma, acaba gerando a fadiga e/ou dor muscular.
Portanto, se você, bailarino, faz treinamento aeróbico frequentemente, o ácido lático será removido/tirado mais rapidamente do seu corpo. Para vocês compreenderem na prática, imaginem uma coreografia muito intensa, no final dela você já não consegue dançar com a mesma intensidade do começo, isso porque seu corpo já está cansado e produzindo ácido lático em excesso.
Aliás, é nesse momento que faz diferença o treino cardio, porque se você treina a aptidão cardiorrespiratória, possivelmente conseguirá manter a alta performance durante toda a coreografia.
E como seu corpo passa por essa adaptação e melhoria de rendimento?
Nos estudos que mencionamos acima, os autores das pesquisas observaram que 3 sessões semanais de treinamento aeróbio (nosso cardio), durante oito semanas, foram eficientes para aumentar o limiar anaeróbio das bailarinas.
Então, e o que seria o limiar anaeróbio? É o ponto em que seu corpo começa a produzir mais ácido lático do que removê-lo. Assim, se o treino cardiorrespiratório é capaz de aumentar esse limiar, isso significa que vai demorar mais tempo para que você comece a produzir ácido lático em excesso, melhorando seu condicionamento e sua capacidade de manter o alto nível por mais tempo na aulas, ensaios e coreografias.
E aí, que tal começar a treinar sua aptidão cardiorrespiratória? Você vai sentir a diferença na sua performance na dança!
Ah! Mas lembre-se: procure um profissional qualificado para te ajudar com a progressão do treinamento para evitar complicações.
Gostou das nossas explicações sobre o treino de cardio? Aproveite a visita ao blog e veja também 3 dicas para melhorar o seu plié e evitar lesões.
Texto escrito por Geovana Minikovski – Preparação Física para Bailarinos em parceria com o Blog Só Dança.
Referência: SILVA, Paulo Roberto Santos et al. Perfil de aptidão cardiorrespiratória e metabólica em bailarinos profissionais. Acta fisiátrica, v. 5, n. 3, p. 148-153, 1998
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